MARESIA
Disse o velho Gonzaga,
O nosso rei do baião,
Preferir o assun preto,
Lá nas terras do sertão,
Ter gaiola por triste sina
Se olhar ele pudesse
Ver o céu bem lá de cima.
Dos meus olhos entre lamentos,
Minha sina é teu olhar.
Oh, que belo firmamento
Que não consigo alcançar!
Disse o Conselheiro vidente
Que o sertão vai virar mar
Que o mar vai virar sertão.
Que me resta então na terra?
Ir em busca de outra Eva
Ou então de outra Maria:
Se o sertão vai virar mar,
Que cheire a maresia.
Se o mar vai virar sertão,
Que tenha o olhar verde, então.
Que troque comigo carinhos,
Abraço apertado, beijinhos.
Que qual barco chegue a gemer
Das ondas o marulhar.
Que gema comigo falando
Os tempos do verbo amar!
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