APELO

Abracei-te efusivo,

Envolvi-te num abraço.

Saiste de modo esquivo

Pensando que era um laço.


A mim disseste, ´mão boba´!

Sensível que sou, esteta.

Acho que tu não és tola,

Descompassaste o poeta.


Teu corpo é muito esbelto,

Longilíneo, violino.

Se tocado vibra certo.

Com jeito, dele sai hino.


Não sei se te recordas:

O maestro na orquestra

Dos instrumentos de cordas

Quem o toca, a mão aperta.


Deixa-me fazer vibrar

Qual vibra o diapasão,

Do coração cordoalhas

Frementes nas minhas mãos!

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