À CRUZ

À CRUZ

Charles Fonseca


Ah, se acaso tu soubesses

Quanto amor tenho comigo

Não estaria entregue

A mercê tão oprimido


Meu coração entre abrolhos

Num peito sem ar, tão oco,

Sem teu alento, sufoco,

Na penumbra sem teus olhos


A chorar os meus contenho

O riso a fala o semblante

Não reluz meu ser amante

Jaz sobre cruz, morre ao lenho!

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