A BORRA

A BORRA

Charles Fonseca


Tenho segredos na alma

Negra me é a solidão

Por dentro é contra mão

Por fora o junto vergasta


A minh’alma rumo ao céu

O meu corpo ao fim descansa

Sobre a terra e em fiança

Desfaz-se esperança ao léu


Que ficou zanzando à toa

À espera, à socapa

De remir o trauma, o tapa

O soco, o cuspe, a borra.

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